O Perseverance, o novo robô que a Nasa lançou rumo a Marte nesta quinta-feira (30/07/2020), fará buscas no local em que ficava um antigo lago de cratera por sinais de vidas passadas. Mas se chegou a haver biologia no Planeta Vermelho, como os cientistas a reconhecerão?

Hoje, Marte é um ambiente hostil à vida. É frio demais para a água se manter líquida na superfície, e sua atmosfera fina permite a entrada de altos níveis de radiação, o que pode esterilizar a parte superior do solo.

Mas não foi sempre assim. Há cerca de 3,5 bilhões de anos ou mais, a água fluía na superfície. Ela esculpiu canais ainda visíveis hoje e criou crateras. Uma atmosfera mais espessa de dióxido de carbono (CO2) teria bloqueado a radiação mais nociva.

A água é um ingrediente comum na biologia, por isso, parece plausível que Marte, em um passado longínquo, tivesse oferecido condições para vida.

Na década de 1970, as missões chamadas de Viking realizaram um experimento para procurar micróbios no solo marciano. Mas os resultados foram inconclusivos.

O Perseverance examinará o tal ralo da banheira rico em carbonato com seus instrumentos científicos, para ver se estruturas como essa já se formaram ali.

Um instrumento chamado Sherloc captura imagens de perto de uma rocha e produz um mapa detalhado dos minerais presentes ali, incluindo qualquer material orgânico. Outro instrumento chamado Pixl fornecerá aos cientistas a composição química detalhada da mesma área.

Com esse conjunto de dados, os cientistas "procurarão concentrações de elementos biologicamente importantes, minerais e moléculas - incluindo matéria orgânica, especialmente quando essas coisas estiverem concentradas em formas que são potencialmente sugestivas de biologia", diz Ken Williford.

Reunir muitos tipos de evidência é vital; a identificação visual por si só não será suficiente para convencer os cientistas de origem biológica. A não ser que haja uma grande surpresa, as descobertas provavelmente serão descritas apenas como "bio-assinaturas" em potencial até que as rochas sejam enviadas à Terra para análise.

The Perseverance, the new robot that NASA launched towards Mars on Thursday (07/30), will search the place where an old crater lake was for signs of past lives. But if there was biology on the Red Planet, how will scientists recognize it?

Today, Mars is an environment hostile to life. It is too cold for the water to remain liquid on the surface, and its thin atmosphere allows high levels of radiation to enter, which can sterilize the top of the soil.

But it was not always so. About 3.5 billion years ago or more, water flowed on the surface. She carved channels still visible today and created craters. A thicker carbon dioxide (CO2) atmosphere would have blocked the most harmful radiation.

Perseverance will examine the carbonate-rich bathtub drain with its scientific instruments, to see if structures like this have already formed there.

An instrument called Sherloc captures close-up images of a rock and produces a detailed map of the minerals present there, including any organic material. Another instrument called Pixl will provide scientists with detailed chemical composition for the same area.

With this data set, scientists "will look for concentrations of biologically important elements, minerals and molecules - including organic matter, especially when those things are concentrated in forms that are potentially suggestive of biology," says Ken Williford.

Gathering many types of evidence is vital; visual identification alone will not be enough to convince scientists of biological origin. Unless there is a big surprise, the findings are likely to be described only as potential "bio-signatures" until the rocks are sent to Earth for analysis.

Water is a common ingredient in biology, so it seems plausible that Mars, in the distant past, would have offered conditions for life.

In the 1970s, the so-called Viking missions carried out an experiment to look for microbes in Martian soil. But the results were inconclusive.

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